Um Mergulho na Tradição e na Prática da Meditação com Contas.

Num mundo cada vez mais acelerado e barulhento, encontrar paz interior e clareza mental pode ser um desafio. Nesse sentido, o japamala surge como um aliado poderoso, um instrumento milenar que convida-nos a embarcar numa jornada de autoconhecimento e transformação através da meditação. Porém, mais do que um simples colar de contas, o japamala é um símbolo de fé, devoção e conexão com o divino.

Neste artigo, desvendaremos os segredos do japamala, explorando assim a sua origem e história, tradição budista e hindu, histórias inspiradoras de pessoas que o utilizam, materiais utilizados, tipos, utilização, mantras e orações, benefícios, simbolismo das 108 contas e das diferentes cores.

O que é Japamala?

O japamala, também conhecido como mala, é um cordão de contas utilizado na meditação para auxiliar na contagem de mantras e orações. Bem como, a sua origem remonta a milhares de anos, com raízes nas tradições budista e hindu.

As origens do japamala entrelaçam-se com a história da meditação e da recitação de mantras. As primeiras menções ao seu uso podem ser encontradas em textos budistas datados do século VI a.C. na Índia. O japamala disseminou-se por toda a Ásia, sendo assim adotado por diferentes culturas e religiões, incluindo o hinduísmo. No budismo, o japamala é utilizado para recitar mantras, como o mantra de Amitabha Buddha “Om Mani Padme Hum”. Já no hinduísmo, o japamala é usado para recitar mantras e orações devocionais a diferentes divindades.

Histórias inspiradoras de pessoas que usam japamala:

Sobretudo, ao longo da história, o japamala tem sido utilizado por diversas figuras inspiradoras, como o Dalai Lama, Mahatma Gandhi e Madre Teresa.

Dalai Lama: O líder espiritual budista usa o japamala para meditação e recitação de mantras. Geralmente considera-o, uma ferramenta essencial para o desenvolvimento da compaixão e da sabedoria. Contudo, o Dalai Lama acredita que o japamala pode ajudar as pessoas a concentrarem-se no momento presente, e a conectarem-se com sua natureza interior.

Mahatma Gandhi: O líder do movimento de independência da Índia também era um devoto do japamala. Todavia, ele usava-o para meditar e orar pela paz e pela justiça. Gandhi assim acreditava que o japamala poderia ajudar as pessoas a ultrapassar a negatividade e a cultivar pensamentos positivos.

Madre Teresa: A missionária católica e ganhadora do Prêmio Nobel da Paz usava o japamala para rezar pelos pobres e doentes. Nesse sentido, ela considerava-o um símbolo da sua fé e da sua devoção a Deus. Madre Teresa acreditava não só que o japamala poderia ajudar as pessoas a conectarem-se com o divino, como também a encontrar a paz interior.

Outras figuras inspiradoras:

• Yogananda: O Guru indiano que introduziu a Kriya Yoga no Ocidente também era um devoto do japamala. Todavia, ele considerava-o uma ferramenta essencial para o despertar da Kundalini.
• Paramahansa Yogananda: O autor do clássico “Autobiografia de um Iogue” também era um usuário frequente do japamala. Ele considerava-o assim uma ferramenta poderosa para a meditação e a conexão com o divino.
• Thich Nhat Hanh: O monge budista vietnamita e líder da paz também é um defensor do uso do japamala. Ainda assim, ele considera-o uma ferramenta essencial para a prática da atenção plena e da compaixão.

Benefícios do uso do japamala:

• Aumenta a concentração: O ato de recitar mantras enquanto se movimenta as contas do japamala ajuda a manter a mente focada no presente.
• Promove a meditação: O japamala pode ser usado não só como um objeto de meditação, mas também como instumento para ajudar a acalmar a mente e a alcançar um estado de paz interior.
• Cultiva a compaixão: A recitação de mantras de compaixão com o japamala ajuda a desenvolver sentimentos de amor e compaixão por si mesmo e pelos outros.
• Reduz o estresse: O uso do japamala ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, promovendo assim uma sensação de calma e bem-estar.

Materiais utilizados:

Os japamalas podem ser feitos de diversos materiais, como madeira, sementes, pedras preciosas e metais. A escolha do material depende da preferência pessoal e da tradição religiosa.

Existem diversos tipos de japamalas, variando em tamanho, número de contas e material utilizado. Os mais comuns são os de 108 contas, mas também existem japamalas de 54, 27 e 18 contas.

O japamala é utilizado na meditação para auxiliar na contagem de mantras e orações. As contas são deslizadas com os dedos enquanto o mantra é recitado em voz alta ou mentalmente.

Os mantras são frases sagradas que podem ser recitados em conjunto com o japamala. As orações também podem ser utilizadas, dependendo da tradição religiosa.

Simbolismo e significado das 108 contas:

O número 108 é considerado sagrado em diversas culturas. Porém, no budismo, representa os 108 煩悩 (bonno), ou ilusões que impedem a iluminação. No hinduísmo, representa os 108 Upanishads, textos sagrados que contêm ensinamentos sobre a natureza da realidade.

Simbolismo das diferentes cores das contas:

As cores das contas do japamala também podem ter diferentes significados. As cores mais comuns são:

• Preto: Representa a ignorância e a ilusão.
• Branco: Representa a pureza e a sabedoria.
• Vermelho: Representa a paixão e a energia.
• Verde: Representa o amor e a compaixão.
• Azul: Representa a paz e a tranquilidade.

A Relação entre Japamala e Chakras:

O japamala, além de ser um instrumento de meditação, também pode ser utilizado para trabalhar com os chakras, os centros de energia do corpo humano. Cada conta do japamala pode ser associada a um chakra específico, proporcionando assim uma experiência meditativa mais profunda e direcionada.

Relação entre as Contas do Japamala e os Chakras:

• 1ª Conta (Meru): Representa o chakra Sahasrara, localizado no topo da cabeça. Este chakra está assim relacionado à conexão com o divino, à iluminação e à sabedoria.
• 2ª a 7ª Conta: Representam os chakras Ajna, Vishuddha, Anahata, Manipura, Swadhisthana e Muladhara, localizados na testa, garganta, peito, plexo solar, abdômen inferior e base da coluna vertebral. Cada um desses chakras está relacionado a diferentes aspectos da nossa vida, como intuição, comunicação, amor, autoconfiança, vitalidade e segurança.
• 8ª a 27ª Conta: Representam os 20 nadis, canais de energia que percorrem o corpo.
• 28ª a 54ª Conta: Representam os 5 tattvas, elementos da natureza: terra, água, fogo, ar e éter.
• 55ª a 108ª Conta: Representam as 108煩悩 (bonno), ou ilusões que impedem a iluminação no budismo.

Como começar a usar o japamala:

1. Escolha o seu japamala: Selecione um japamala que lhe agrade visualmente e que se sinta confortável a segurar. Considere o material, o tamanho e o significado das cores das contas.
2. Encontre um mantra ou oração: Existem diversos mantras e orações que podem ser utilizadas com o japamala. Escolha um que o(a) inspire e que esteja de acordo com a sua intenção.
3. Adote uma postura confortável: Sente-se numa posição confortável, com as costas eretas e a coluna alinhada. Contudo, também pode sentar-se no chão com as pernas cruzadas, numa cadeira ou num banco.
4. Segure o japamala: Segure o japamala na mão dominante, com a conta principal (geralmente maior) entre o polegar e o dedo médio.
5. Recite o mantra: Com cada respiração, recite o mantra em voz alta ou mentalmente. Mova uma conta do japamala com o polegar à medida que recita o mantra.
6. Concentre-se na respiração: Mantenha a sua atenção na respiração enquanto recita o mantra. Se a sua mente divagar, gentilmente traga-a de volta ao presente momento.
7. Complete a recitação: Continue a recitar o mantra até completar o ciclo de 108 repetições. Contudo, pode fazer múltiplos ciclos se assim o desejar.
8. Termine a meditação: Solicite alguns minutos para sentar-se em silêncio, integrando a experiência da meditação.

Dicas adicionais:

• É importante ser paciente e gentil consigo mesmo durante a prática. A mente pode divagar, e isso é normal. Simplesmente observe os pensamentos sem julgamento e traga a sua atenção de volta ao mantra e à respiração.
• Existem diferentes técnicas de meditação com japamala. Todavia, é livre para experimentar diferentes técnicas para encontrar a que melhor lhe funciona.
• Se é iniciante, comece com ciclos mais curtos de repetições, como 27 ou 54 mantras. Aumente gradualmente a duração da sua prática à medida que se sentir mais confortável.
• O importante é praticar a meditação com japamala regularmente para colher os seus benefícios. Reserve assim alguns minutos todos os dias para se sentar em silêncio e conectar-se com o seu eu interior.

Conclusão:

Assim, mais do que um simples colar de contas. É um símbolo de paz, devoção e conexão com o divino. Contudo, ao utilizá-lo na meditação, embarcamos numa jornada de autoconhecimento, procurando clareza mental e paz interior.

Dessa forma, seja qual for a sua crença ou tradição espiritual, o japamala pode ser uma ferramenta valiosa para aprofundar a sua prática meditativa. Contudo, o ato de deslizar as contas pelos dedos e murmurar mantras conduz a um estado de quietude e serenidade, permitindo que conectemo-nos com a nossa essência mais profunda.

O japamala é um presente precioso que acompanha-nos na jornada da autodescoberta. Permita-se experimentar o seu poder transformador e embarque numa viagem de paz, clareza e conexão interior.

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Luz e Amor!